O tratamento do lixo na Espanha e na Índia
Olá,
Como vão vocês?
Há poucas semanas fui a uma palestra na UFES como tema: "A Gestão Metropolitana de um Objeto Ambíguo: os Resíduos Sólidos - Uma Experiência de Pesquisa (Brasil/Índia)", que foi realizada pelo pesquisador francês Jéremie Cavé. Tive a oportunidade de ouvir um pouco a respeito de como é a gestão dos resíduos sólidos na Índia. O autor comentou que ao contrário do que acontece aqui no Brasil, os resíduos sólidos na Índia não recebem uma gestão, são simplesmente descartados pela população que o considera lixo, e recolhido por aqueles que por esse "lixo" se interessam (reaproveitamento e reciclagem).
Entre as poucas vezes que vejo televisão, especialmente o Fantástico (que para mim não tem nada de fantástico), pude me deparar com uma reportagem interessante. Em uma série do programa, MEGACIDADES, a cidade abordada foi Mumbai, a capital do estado de Maharashtra e a maior cidade da Índia e do mundo, com uma população estimada em quatorze milhões de habitantes. A reportagem, assim como na palestra que assisti, mostrou que embora lixo seja despejado pela cidade sem nenhum critério, há uma grande parcela da população que vive da reciclagem e reaproveitamento desses resíduos.
Apesar da imensa diversidade entre as cidades, principalmente de tamanho, temos o contraste à gestão dos resíduos na Índia (ou falta de gestão) que ocorre em Barcelona, na Espanha. A cidade adotou uma tecnologia a qual não se usa mais coleta de lixo com caminhões. O lixo, previamente selecionado, é, simplesmente, sugado e levado a uma estação de triagem, onde é reciclado ou aterrado. Além dos benefícios ambientais da correta gestão desses resíduos, a coleta sem o uso de caminhões proporciona redução dos custos, das emissões de gases efeito estufa, da utilização dos combustíveis fósseis, etc.
No Brasil a situação não é tão critica como na Índia, mas também não tão desenvolvida como na Espanha. Entretanto, a melhor solução para a gestão dos resíduos sólidos não é única e depende das características locais. As idéias podem sim ser transmitidas e adaptadas de uma cidade para outra, ou de um país para outro, respeitando suas particularidades.
Enquanto nosso lixo não é sugado, podemos participar das ações aqui já existentes.
Por isso, faça sua parte: Reduza, Reuse e Recicle!!!
A seguir estão os trechos de reportagens citadas no texto, e suas respectivas fontes.
Abraços
Boa Semana!!!
Patricia
Fonte: Fantastico - Mumbai tem residência mais cara do mundo e maior favela da Ásia, 23 de maio de 2010.
Disponível em: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1595238-15605,00-MUMBAI+TEM+RESIDENCIA+MAIS+CARA+DO+MUNDO+E+MAIOR+FAVELA+DA+ASIA.html
Fonte: Boletim ABES Informa nº 174, 12 de maio de 2010.
Disponível em: http://www.abes-dn.org.br/publicacoes/abesinfor/ABESInforma_N174.pdf
Acho que estamos mais próximos de Mumbai que de Barcelona. Tudo bem, as coisas melhoraram muito por aqui, mas minha vizinha ainda é capaz de colocar o lixo na rua aos domingos pela manhã (e o caminhão só vai passar na segunda à noite). Aí a cachorrada faz a festa, pois ela não tem lixeira. Bom, vamos em frente. O texto sugere que a favela em Mumbai se beneficia do lixo e isso parece bom para eles e, então, pode parecer que gerar lixo está ajudando a estas famílias. A humanidade precisa encontrar soluções mais humanas para estas famílias. Isso mesmo, humanidade ... humanas. Por fim, reciclar é necessário, mas não suficiente. Precisamos reduzir o consumo e consumir com responsabilidade.
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